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"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." Fernando Pessoa

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Saiamos do armário!!!!


Faz um tempo tenho observado um fenômeno que me deixou intrigada, desde então comecei a tentar compreendê-lo melhor e hoje decidi compartilhar minhas impressões.
O que observei é a quantidade imensa de BDSMistas que possuem vida dupla (casamento, namoro, noivado, fechado e baunilha). A princípio me assustou, mas daí, eu percebi que não apenas é natural e aceito no meio, mas é quase uma doutrina de como viver. Nesse momento meu susto se tornou decepção e curiosidade.
Como sempre a curiosidade venceu e cheguei a algumas conclusões. Vejo que isso parte dos homens (Doms), e dentro disso enxergo um conjunto de fatores que os leva a isso.

Primeiro motivo: “posso ter amante sem considerar assim”. Quantos me disseram que sou casado, mas sou contra traição. Meu amigo, se tua mulher não sabe da tua vida paralela é traição, não importa que a forma de viver o relacionamento seja diferente no BDSM, BDSM ainda é uma forma de relacionamento afetivo-sexual entre duas ou mais pessoas, sendo assim a sub nesse caso é amante.
Segundo motivo: machismo (em breve tópico específico para isso). Por mais que queiramos ser vistos de maneira diferente e dizemos que pensamos diferente dos baunilhas, somos criados pela mesma sociedade e muitos querem a “puta” para usar e a garota ideal (baunilha) para casar.
Terceiro motivo: está ligado ao segundo, preconceito consigo mesmo, e aqui vejo o verdadeiro problema, é meio como eu aceito que tenho necessidades afetivas-sexuais diferentes, mas só entre quatro paredes, e para manter assim mantenho um casamento baunilha insatisfeito e vivo a vida que deveria ser minha como algo sujo e escondido. Criticamos muito os baunilhas por não nos aceitar, nos rotular de doentes, mas na minha forma de ver ao pregar a doutrina do viva em segredo reafirmamos o mesmo preconceito. Meio que me lembra a situação no inicio do movimento gay de homens casados com mulheres que precisavam viver sua verdadeira sexualidade escondido (ainda acontece, digo porque era bem comum).

Por fim vejo que isso nos leva a um ciclo vicioso quando observamos as subs. Como uma reação ao cenário acima descrito, as subs acabam buscando também relacionamentos baunilhas como forma de proteção psicológica (o que vai de encontro com o conceito de entrega, assim como no caso do Dom com o conceito de estilo de vida).
Em fim criamos uma forma viciada e contraditória de viver por medo e preconceito, e por isso afirmo aqui a minha indignação e apelo.... saiamos do armário!!!!

2 comentários:

  1. eu casada com, baunilha, mantendo a relação BDSM paralela, considero como uma fuga pro "meu" mundo real, meu verdadeiro eu, que a sociedade jamais aceitaria.

    gostei da matéria!!

    petbejos...

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  2. Parabéns, escreveu tudo que penso e sinto! é bem isso mesmo, e eu sou uma das subs que tenta se proteger com o relacionamento baunilha. Falou e disse! Amando teu blog

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